Bienvenidos, todos e todas...!

Olá, bem vindos todos e todas que, como eu, optaram por levantar vôos nas novas formas de propor, promover e mediar educações, nas asas das Tecnologias...! O Ciberespaço nos espera...







domingo, 8 de agosto de 2010

PROJETO UCA - Um Computador por Aluno

O Projeto UCA, que prevê a oferta de um computador por aluno, é o sonho de consumo de milhares de professores comprometidos com o fazer educação pelo Brasil afora, mas estranhamente, permanece a sensação de utopia, porque há anos o tal projeto não consegue sair da chamada "fase piloto" e aterrisar de uma vez por todas nas mãos dos milhões de alunos que não tem acesso à internet e não tem computador.
Todos sabemos e discorremos sobre as possibilidades e portas que se abrem ao elegermos como poderosas aliadas da educação, as tecnologias, porém, as mais belas tentativas esbarram sempre nas mesmas impossibilidades: como trabalhar com as tecnologias, se não se tem acesso à elas? Como inserir o aluno de maneira significativa no mundo da informação, se a maioria deles não tem acesso à  informação? Não falo aqui da pseudo utilização da web, que se limite a entrar numa "lan house" do bairro com uns trocados no bolso para acessar o orkut, postar novas fotos e adicionar "a galera", estou falando de construção de conhecimentos, falo de possibilidades outras, de construção de redes significativas de produção e construção de conhecimentos, falo da inserção da escola na sociedade da informação.
Acho engraçado, para não dizer lamentável, que estejamos assistindo às lutas ferrenhas dos candidatos aos cargos políticos mais importantes do país nas eleições de 2010, todos apresentam em suas plataformas de governo o famoso clichê "educação, saúde e segurança pública", vivemos sem isso e seguramente vamos continuar assim, e ninguém fala do Projeto UCA, ninguém fala em viabilizar de fato as condições mínimas necessárias para fazer acontecer a educação no país. Projetos piloto, políticos piloto, candidatos piloto.até quando? Mas vamos votar no Bolsa Família, quanto mais bolsas e vales-tudo concedidos, mais gratidão da massa iletrada, menos investimentos e mais corrupção.

3 comentários:

  1. Colega,
    O projeto pode ser muito bom, e apesar de ser só à nível de projetos pilotos, ainda não temos os reais resultados do uso dos computadores em sala de aula. Tenho receio que ao invés de melhorar nossa situação, a coisa descambe para piorar o nível de interação professor/aluno e aluno/conhecimento. Ainda sou cética com relação aos nossos discentes, tão interessados em vivenciar o hedonismo, (SER FELIZ, como dizem eles), mesmo com a nossa intervenção, busquem se apropriar de informação e (re)construíla.
    Leila Cristina

    ResponderExcluir
  2. Oi Leila, bom, sou suspeita para falar, claro, mas acredito muito no potencial transformador das tecnologias aplicadas à educação, desde que bem utilizadas em primeiro, pelos educadores e em segundo, que sejam levadas à sério pelos governos e sistemmas educacionais, dada a sua importância para a inclusão e acesso à sociedade da informação
    Beijo, obrigada pelo simpático comment

    ResponderExcluir
  3. EXPOSIÇÃO MASSIVA À MÍDIA E PROPAGANDA INFLUENCIA COMPORTAMENTO E RELAÇOES DE CONSUMO ENTRE CRIANÇAS E JOVENS EM IDADE ESCOLAR


    Estudos recentes publicados pela FAPESP e pela Fundação Oswaldo Cruz apontam os efeitos da propaganda e da mídia na vida das crianças, adolescentes e jovens, sobretudo em idade escolar. A força midiática traduzida em imagens e sons são as armas mais poderosas da publicidade e da propaganda, e aliados a estas vantagens, estão a inexperiência, a ausência de espírito crítico e de discernimento de crianças e jovens, tornando-os vulneráveis e suscetíveis à todas as formas de influência veiculados nos meios de comunicação e suas variadas ferramentas.
    Nas últimas décadas o tema da publicidade e marketing tem sido discutido em múltiplos sentidos, especialistas de várias áreas vem protagonizando debates acalorados em torno desta temática, enfatizando a publicidade enquanto uma técnica de comunicação coletiva, cujo principal é objetivo estimular o desejo e a necessidade de consumir. As crianças e os adolescentes são uma importante quota mercadológica e a influência da publicidade é muito forte nessa faixa etária, podendo ser considerada como um instrumento perigoso, já que cria apetências e necessidades sem relação com a idade e que muitas vezes ainda não poderão ser satisfeitas.

    As técnicas publicitárias abusam das limitações da capacidade de análise e raciocínio da criança e de sua credulidade natural naquilo que ouve e vê, motivo que torna imprescindível o acompanhamento e apoio de pais e professores, no sentido de estimular na criança o senso crítico e o olhar sobre sua própria realidade. Os processos de publicidade, propaganda e marketing atingiram a um patamar de homogeneidade de tal maneira, que cria estereótipos sociais, modelos de convivência, valores e atitudes díspares à realidade, que são veiculados como padrão, induzindo a criança e ao adolescente a um sentimento de menos valia e inadequação entre o que vive e o que é mostrado como padrão de vida, no que se refere à moda, beleza, sexualidade, alimentação, diversão, entre outros, levando-os a análise comparativa equivocada entre o mundo real e o mundo mostrado pela mídia.

    Diante dessa perspectiva, a professora Elizabeth Dantas aponta a necessidade primordial do engajamento de pais e educadores, numa interação entre família e escola, no sentido de proporcionar conhecimento através do diálogo, debatendo as questões imbricadas entre marketing, mídia e consumo, corrigindo as distorções presentes nessa tessitura. Dantas enfatiza ainda os ambientes culturais aos quais as crianças estão expostas, que se encontram impregnados de produtos midiáticos, inclusive a escola, que é um espaço comunicante em potencial, destacando que “(...) O conceito de satisfação dos desejos e felicidade imediata, imposto pelos conglomerados da comunicação, contribui para que os processos de construção de identidades e produção de sentidos se dêem com base no que a mídia, sobretudo a televisiva, determina”.
    ____________________
    ARGEMI J. Infuencia dos meios de comunicação sobre a criança e o adolescente, An Esp Pediatr, 1997; páginas100-102.

    PRETTO, Nelson De Luca. Linguagens e Tecnologias na Educação. In Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender, organizado por Vera Candau, pela DP&A, paginas160-182.

    ResponderExcluir